QUINTA-FEIRA, 08 DE MAIO
Inquérito apurou que última chamada no celular do menino foi uma ligação a cobrar na tarde em que desapareceu
Com base nos trechos do inquérito policial do caso Bernardo, o repórter Filipe Peixoto relacionou os depoimentos e as provas colhidas pela polícia para montar o quebra-cabeça que vai apontar os envolvidos no assassinato do menino.
Foi a caminho de Frederico Westphalen, onde seria morto e enterrado, que o garoto fez o último pedido de socorro, provavelmente já sob efeito de sedativos. O inquérito policial apurou que a última chamada no celular do menino foi uma ligação a cobrar na tarde em que desapareceu. Bernardo tentou falar com Juçara Petry, a tia Jú, a amiga que cuidava dele como se fosse um filho.
Os investigadores também descobriram que antes de voltar a Três Passos, no Norte Gaúcho, a madrasta Graciele Ugulini dispensou a babá mais cedo por telefone, para evitar ser vista chegando em casa sem o menino. Naquela noite, de 4 de abril, ela inventou que o garoto tinha ido dormir na casa de um colega.
Foi na noite do crime que o pai começou a ter atitudes suspeitas. Leandro Boldrini, médico que passava a maior parte do dia trabalhando e longe do filho, ligou quatro vezes para Bernardo naquele final de semana. A Tv Bandeirantes teve acesso aos horários das chamadas. Na sexta-feira, a ligação foi às 9h25 da noite. No sábado, às 6h30 da tarde. No domingo, mais duas tentativas. Segundo o pai, o celular estava fora de área. Estranhamente, Leandro nunca cogitou ligar para a casa do amigo onde o filho estaria. Os delegados escrevem no inquérito que está provado que Leandro era um pai omisso, que nunca ligava ou averiguava onde estava o menino. Dizem ainda que o médico falou para Lori, uma ex-empregada, e Simone, mãe do amigo Lucas, que Bernardo tinha deixado o celular em casa. Daí vem a pergunta dos investigadores : porque então o pai passou o final de semana ligando para o menino? Até agora, o aparelho do garoto não foi localizado.
Foto: Divulgação
0 comentários:
Postar um comentário