Morta brutalmente a tiros e facadas na madrugada dessa sexta-feira em Caxias do Sul, Josiane Raymundo, 39 anos, era ameaçada diariamente pelo ex-companheiro, principal suspeito pelo crime, com quem foi casada por 23 anos e estava separada há pelo menos dois.
Ela tinha medida protetiva da lei Maria da Penha desde fevereiro e pelo menos três boletins de ocorrência registrados contra o suspeito. O último deles foi feito há pouco mais de um mês. Josiane era empregada doméstica e vivia no bairro Belo Horizonte, onde foi encontrada morta, em casa.
O filho de Josiane e do suspeito, Petterson Raymundo da Silva, 21 anos, lembra que a vida da família se tornou bastante difícil nos últimos dois meses, quando Josiane decidiu entrar com medida judicial para se divorciar. Sair de casa para ir ao mercado, por exemplo, exigia planejamento e sigilo.
_ Se não ele não mandava mensagem no celular, ele rondava nossa casa. Isso se repetia todos os dias. Ele mandava 'se não voltar pra mim, vou te matar'. A mãe ia de casa para o trabalho, do trabalho para casa, só. Quando queria sair, me pedia para acompanhá-la, porque ela vivia com medo_ lembra Petterson.
Segundo Petterson, o pai, que trabalha como motorista de ônibus há dois anos, não se conformava com o término da relação e sofre com problemas de alcoolismo, o que o encorajava quanto às ameaças. Ele teria colocado fogo na casa da praia do casal, em Arroio do Sal, há dois anos. De acordo com Petterson, era uma tentativa de amendrontar Josiane e impor que desistisse do divórcio.
_ Ele nunca respeitou a medida protetiva. Ela não serviu para nada_ desabafa Petterson.
Uma audiência entre Josiane e o ex-marido estava agendada para junho. Além do jovem de 21 anos, Josiane deixa uma filha de 14 anos, que estava em casa no instante que a mãe foi assassinada.
O velório ocorre na Igreja Católica Santa Rita de Cássia, no bairro Santa Fé.
Foto: Facebook/Reprodução
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