xmlns:og='http://ogp.me/ns#' "FUI IMPEDIDA DE VÊ-LO POR QUATRO ANOS, ME CHAMAVAM DE VELHA DOENTE", DIZ AVÓ DE MENINO MORTO ~ Panorama News

terça-feira, 15 de abril de 2014


Terça-Feira, 15 de Abril


Logo após a morte da única filha, em 2010, a aposentada Jussara Uglione, 73 anos, moradora de Santa Maria, entrou com uma ação na Justiça para ter o direito de visitar o único neto, Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, encontrado morto em Frederico Westphalen na noite da última terça-feira. Segundo ela, o pai do garoto e marido de sua filha, Leandro Boldrini, 38 anos – preso junto com a companheira e uma terceira mulherpor suspeitas de cometer o crime – , não só negava o contato como a ofendia.

Com problemas de saúde e abalada pela perda da filha, ela acabou desistindo de levar o processo adiante e esperava que, com o tempo, a aproximação ocorresse naturalmente. Conforme seu advogado, Marlon Adriano Taborda, Leandro foi "desrespeitoso e agressivo":

– O pedido foi veementemente rechaçado, ela foi impedida de participar da vida do neto. Para evitar maiores desgastes, acabamos desistindo do pedido judicial, ela esperava o contato natural. Estamos cheios de provas de que ela tentou a aproximação, o direito de visitas. Ele não queria a presença da avó, foi agressivo e desrespeitoso com uma pessoa de idade.

Confira trechos de entrevista concedida pela aposentada nesta terça-feira:

Zero Hora – Como a senhora está se sentindo ao saber que encontraram o corpo de Bernardo?
Jussara Uglione – Demorou, mas a polícia conseguiu achar o local e os verdadeiros assassinos. Não tenho dúvidas de que foram eles. Eram as únicas pessoas que conviviam com o menino.

Zero Hora – A senhora tinha contatos com o seu neto frequentemente?
Jussara – Tentei várias vezes me aproximar dele, os meus advogados têm comprovantes de que fui impedida disso desde a morte da minha filha (em 2010). Fui impedida de vê-lo por 4 anos, me chamavam de velha doente, falavam que eu tinha problemas e que não teria condições de cuidá-lo. Eu tenho uma ótima situação financeira, tenho o nome limpo. Temos 73 anos de firma (revenda de veículos Uglione, em Santa Maria), somos honrados e honestos.

Zero Hora – Qual foi a última vez que a senhora viu o Bernardo?
Jussara – No mês retrasado, depois de muito tempo, ele veio passar as férias na casa da madrinha e ela trouxe o Bernardo aqui em casa para que eu pudesse vê-lo. Fiquei quatro anos longe, ele passou coisas horríveis nesse tempo.

Zero Hora – A sua filha cometeu suicídio em 2010?
Jussara – Não, não acredito que ela tenha feito isso. Até hoje tenho suspeitas de que ela foi assassinada.

Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal



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