xmlns:og='http://ogp.me/ns#' ARANHAS ASSUSTAM MORADORES DO BAIRRO FÁTIMA ~ Panorama News

quarta-feira, 2 de abril de 2014


Os moradores da Rua Doutor Henrique Fracasso, no bairro Fátima, convivem há cerca de dois anos com vizinhos desagradáveis. Diariamente, esses visitantes entram em suas residências sem precisar de convite. São diferentes no tamanho, mas semelhantes em algumas características: têm pelos, possuem oito pernas e inúmeros olhos. As aranhas estão tirando o sono da vizinhança. O medo de uma picada faz com que fiquem de olhos bem abertos.

Dez. Este é o número de aranhas que Margarete Zanela Leite, 42 anos, abate diariamente em seu terreno: dentro e fora de casa. Antes de deitar na cama para dormir, a auxiliar de limpeza tira todas as cobertas e verifica se nenhum aracnídeo está à espera debaixo dos lençóis.

— Quando vou para a cama, tenho medo que elas apareçam durante a noite. Não sabemos se são venenosas, por isso fico preocupada. Quando fecho os olhos, só vejo as aranhas vindo na minha direção — afirma.

Assim como outros moradores, Margarete credita o surgimento dos animais aos entulhos deixados nos terrenos adjacentes à sua casa. Há quase dois anos, a prefeitura desapropriou a área, devido ao risco de deslizamento. As famílias foram removidas para o loteamento Victório Trez, mas o que sobrou das casas continua ali. Em meio ao mato que cresceu, madeira, pedras e muito lixo — muitas vezes depositados pelos próprios moradores —, Margarete teme que outros perigos estejam escondidos ali.

— Parece piada, mas desde o dia 1º de abril do ano passado peço para a prefeitura vir limpar os terrenos. Além das aranhas, existem cobras. Matei uma na minha cozinha há alguns meses. Daqui a pouco, começam a aparecer escorpiões. Estamos vivendo com medo constante — comenta.

Tais Lima, 22, é vizinha de Margarete. Mãe de Emily, de cinco anos, de Vyctor, dois, e esperando o terceiro filho, teme pela saúde das crianças.

— Os dois são alérgicos a picadas de insetos. Imagina a de uma aranha? Enquanto eles estão brincando, fico o tempo todo cuidando para ver se não tem nenhuma por perto — explica.

— Acho que o pessoal esqueceu que pessoas ainda moram aqui. Minha família será removida, mas enquanto isso, vivemos aqui. É um desrespeito com o ser humano — ressalta Margarete.

CONTRAPONTO


O que diz Renato Oliveira, secretário de Habitação:


De acordo com Renato Oliveira, nos próximos dias, uma equipe da Secretaria Municipal de Habitação, juntamente com a Codeca, farão a limpeza dos terrenos da Rua Doutor Henrique Fracasso. Ressalta, contudo, que alguns entulhos – concreto, madeiras e tijolos – permanecerão no local para evitar possíveis invasões.

— Recentemente, houve duas tentativas de ocupação dos terrenos, o que nos preocupa, já que trata-se de uma área de risco. Não adianta tirarmos tudo de lá e, no outro dia, invadirem o local. Vamos precisar do apoio dos moradores, para que fiquem atentos e nos comuniquem quando houver ocupação — afirma o secretário.

O pedido de limpeza no local partiu do Alô Caxias (156), que recebeu reclamações dos moradores. Até setembro, cerca de oito famílias serão removidas da Henrique Fracasso para o loteamento Victório Trez, incluíndo a família de Margarete.

Foto: Roni Rigon


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